O atual governo está prestes a anunciar medidas para tornar os carros populares mais acessíveis. Essa iniciativa, que está sendo elaborada em conjunto pelos ministérios da Indústria, Comércio e Serviços e da Fazenda, tem despertado grande interesse e expectativa. No entanto, informações recentes indicam que a possibilidade de utilizar o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço para financiar a compra de carros populares zero quilômetro foi descartada.
Inicialmente, essa ideia foi considerada uma das opções estudadas para impulsionar o setor automobilístico. Porém, encontrou resistência dentro do próprio governo.
Atualmente, o saque do Fundo de Garantia é permitido apenas em situações previstas em lei, como demissão por justa causa, aquisição da casa própria ou em casos de doença grave do trabalhador, ou de seus dependentes.
O que o Instituto Fundo de Garantia do Trabalhador acha dessa proposta?
O presidente do Instituto Fundo de Garantia do Trabalhador, Mario Avelino, expressa sua total discordância com a proposta de utilizar o Fundo de Garantia para comprar carros. Ele apresenta uma tabela divulgada pela Caixa Econômica que mostra que 72% das contas possuem um saldo médio abaixo de mil e quinhentos reais. Apenas 2,81% das contas possuem saldos altos, pertencentes a trabalhadores que ganham de vinte a trinta mil reais e que já possuem carro.
Fonte: Caixa Econômica Federal
Nesse sentido, ele questiona a viabilidade de alguém sacar quatrocentos reais para dar entrada em um carro, e argumenta que essa proposta vai retirar dinheiro que poderia ser utilizado em investimentos em habitação popular, saneamento básico e infraestrutura. Avelino acredita que essa é uma proposta inviável que atende apenas aos interesses da indústria automobilística.
Mario Avelino é completamente contrário à proposta de utilizar o fundo de garantia para a compra de carros ou outros bens. Ele argumenta que a maioria das contas possui um saldo médio abaixo de mil e quinhentos reais, o que torna inviável o saque de quatrocentos reais para dar entrada em um carro. Além disso, ele ressalta que a retirada de dinheiro do fundo para essa finalidade irá prejudicar os investimentos em habitação popular, saneamento básico e infraestrutura. Na visão de Avelino, essa proposta é uma “viagem na maionese” que atende somente aos interesses da indústria automobilística. Ele afirma que os saldos altos presentes em apenas 2,81% das contas pertencem a trabalhadores que já possuem carro e ganham entre vinte e trinta mil reais, e que essa medida não irá beneficiar a maioria dos trabalhadores que dependem do fundo de garantia.
Quando o Fundo de Garantia pode ser utilizado?
Atualmente, o Fundo de Garantia só pode ser utilizado para aquisição de imóveis, tratamento de doenças graves ou em caso de demissão sem justa causa. A possibilidade de sua utilização para compra de veículos novos pode impulsionar as vendas e ajudar a indústria automotiva a se recuperar da crise gerada pela pandemia.